quinta-feira, 6 de março de 2014

VIVENDO DIREITO... CARNAVAL DA SAUDADE


         

 PRIMEIROS CONTATOS
  Lembro-me ainda da primeira vez em que o vi, foi em meados dos anos 80 no escritório em que estávamos trabalhando. Fazia alguns meses que ele fora admitido, entretanto, só o conheci nessa época. 

Contudo não me considerava nenhuma novata visto que já trabalhara naquele estabelecimento do ano de 76, até o início de 79, ocasião em que, após decidir fazer uma mudança radical na minha vida, resolvi viajar de férias rumo a Capital Federal, a intenção era de não mais voltar. Todavia a ausência durou somente um ano, pois a saudade foi mais forte e me fez retornar.
            Chamou-me a atenção, a sua cabeça comprida, dentes perfeitos e sorriso franco, o seu cabelo bem liso e preto, muito bem cortado, e um bigode bem acentuado, o que aliado ao seu porte franzino, dava-lhe um ar de menino maroto. Confesso que apesar de detestar bigode, achei que lhe caia muito bem, sendo inclusive, um complemento indispensável ao seu bonito visual, tanto é que vinte anos depois, quando o mesmo foi retirado, vi diante de mim um estranho.
            Veio a minha sala em busca de uma pasta, e, todo sorridente agiu como se há muito tempo já me conhecesse, confesso que gostei imediatamente do seu modo espontâneo e cômico de ser. Papo vai, papo vem, de forma bem descontraída afirmou que estava em busca da “dona da sua vida”, no que fiz um comentário qualquer e logo encerramos a conversa.
            Ao término do primeiro expediente, saí com uma colega de trabalho, que morava relativamente próximo a mim, com a intenção de apanhar o ônibus que nos levaria para casa, nesse momento ele nos acompanhou e fomos conversando, em lá chegando, logo após as despedidas, cada um seguiu o seu destino.
            De retorno ao escritório para a segunda jornada, já no meio do caminho, o avisto vindo em minha direção sorrindo, e juntos fizemos o restante do trajeto conversando sobre vários assuntos.
            A partir de então, estes encontros tornaram-se rotineiros, até que um dia, seguindo esse trajeto para ir almoçar, minha colega perguntou: Ludovico você vai almoçar na casa da Maia? Ele prontamente respondeu: – Não, ela nunca me convidou! Surpresa com a resposta e meio sem jeito, falei – Ora, ele não vai!
            Foi assim que passei por um grande sufoco, pois todo contente ele retrucou, claro que vou, quer ver? E sem mais delonga foi logo tratando de apanhar o nosso transporte. Imaginem o meu desespero, pois morava com meu pai que era um policial bastante conservador. Eu tremia só de pensar na reação dele, pois embora estivesse levando um amigo, era um homem que ele desconhecia, todavia Ludovico se divertia com a minha aflição, e não desistiu do seu intento. Fui orando até em casa.

PRIMEIRA PARTE. IRAMAIA 02/12/13

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